Rainhas e Princesas Santas

Manhã

Coimbra é a cidade da Rainha Santa Isabel. São incontornáveis as visitas a Santa Clara-a-Velha, fundada por si e onde viveu os últimos anos da sua vida e Santa-a-Clara-a-Nova, onde está sepultada. Dois mosteiros inseparáveis do contexto histórico das respetivas épocas, que têm em comum serem um tempo de afirmação da soberania nacional. Por outro lado são dois mosteiros de estilos arquitetónicos bem diferentes, um gótico e outro maneirista e barroco que correspondem à espiritualidade reformista medieval e a à doutrina reformista tridentina.

O Mosteiro de Celas fundado pela Beata Sancha em 1221 é um ilustre desconhecido.  Porém aquilo que no início se cingia a uma igreja com algumas celas à volta, situado à época fora da cidade de Coimbra, cresceu e é hoje um conjunto digno de ser visitado. Um belo claustro gótico, uma igreja quinhentista de planta circular, com abóboda e  portal manuelinos, varias dependências do séc. XVII e a curiosa roda dos Bolos, onde se trocavam doces por outros bens, constituem uma boa surpresa para o visitante que em geral desconhece este edifício. 

Almoço em restaurante local.

Tarde

Visita ao Mosteiro de Santa Maria de Lorvão, onde viveu a Beata Teresa e onde está sepultada juntamente com a sua irmã Sancha. Envolta em diversas lendas, a fundação do Mosteiro de Lorvão tem vindo a ser recuada até ao século VI, época em que, pela primeira vez, foi identificada a paróquia suevo-visigótica de “Lurbane”. Muito embora subsista uma pedra de mármore com ornato visigótico é mais correto considerar a sua fundação na sequência da primeira reconquista de Coimbra (878). As comunidades que se sucederam um pouco ao sabor de acontecimentos históricos, seguiram regras diferentes, de Santo Agostinho, de S. Bento e no início do séc. XII adoptou a regra cisterciense. D. Teresa fez esta última alteração e o mosteiro passou a ser feminino. Veio viver para aqui depois de ver anulado o seu casamento com Afonso XI de Leão e Castela. O aspeto atual do edifício deve-se à campanha de obras dos séculos XVII e XVIII que lhe deu uma dimensão monumental.

Jantar e alojamento em Arouca.

Manhã

Visita ao Mosteiro de Santa Maria de Arouca. Fundado no Séc. X foi desde o inicio um mosteiro misto e passou a feminino em 1154. Com a entrada de D. Mafalda, no séc. XIII levou à introdução da regra cisterciense.  As características que tem o mosteiro hoje resultam da profunda reforma dos séculos XVII e XVIII e revelam a oriem aristocrática das freiras que aqui viviam. Os espaços mais notáveis de todo o conjunto são a Igreja, o Coro das Freiras, os Claustros, o Refeitório e a Cozinha. Merece referência especial o magnífico Museu de Arte Sacra, um dos melhores, no seu género, em toda a Península Ibérica.

Almoço em restaurante local.

Tarde

Visita ao Mosteiro de Jesus, onde viveu e morreu Santa Joana Princesa. Joana, desde cedo atraída pela oração e contemplação, decidiu viver neste mosteiro contra a vontade de seu pai, D. Afonso V e do seu irmão D.João II, história esta com vários episódios. No Convento de Jesus, de freiras dominicanas, entre vários elementos que merecem atenção destaca-se a igreja, qual obra de ourivesaria, dos finais do séc. XVI, em talha dourada e o túmulo de Santa Joana Princesa, uma verdadeira obra prima. Os embutidos marmóreos, a talha dourada e o azulejo fazem deste mosteiro uma extraordinária manifestação do esplendor do barroco português.

Termina esta viagem com uma visita à Oficina dos Ovos Moles e um passeio na Ria de Aveiro nos famosos barcos Moliceiros (opcional).