Cidade Invicta

Manhã – Visita panorâmica pelos locais mais emblemáticos da cidade: Ponte D. Luiz, Ribeira, Alfandega, Foz do Douro, Castelo do Queijo, Boavista, Avenida dos Aliados, Torre dos Clérigos.

Visitas à Estação de São Bento, Catedral e Terreiro da Sé.

A Estação de S. Bento é conhecida pelos seus enormes painéis de azulejos alusivos a alguns momentos da história de Portugal. São da autoria de Jorge Colaço e foram feitos na Fábrica de Louças de Sacavém. É de salientar o friso superior do átrio da estação onde se conta a uma breve história dos transportes desde as civilizações mais antigas até ao aparecimento do comboio.

A Catedral do Porto é um edifício romano-gótico a que corresponde a estrutura básica que lhe confere um aspeto fortificado característico do românico e o claustro gótico começado nos fins do séc. XIV. Apresenta sete grandes painéis de azulejos (segundo quartel do séc. XVIII), com cenas do “Cântico dos Cânticos”, em referência ao diálogo místico entre Deus e a Virgem, padroeira da cidade e orago da catedral, sob o título de Nossa Senhora de Vandoma.

As intervenções no séc. XVII na capela mor visaram o cumprimento das normas tridentinas para o espaço litúrgico. No séc. XVIII Nicolau Nasoni deixa a sua marca no edifício e na cidade. Na capela do SS. Sacramento, destaca-se o célebre “altar de prata” de enormes dimensões e executado em sucessivas fases (desde 1632 até ao séc. XIX). É considerado uma obra fundamental da ourivesaria portuguesa, com vasta iconografia bíblica, centrada na Eucaristia.

O Terreiro da Sé está enquadrado pela catedral pelo magnífico Palácio Episcopal do séc. XVIII, pelo bairro que se estende até à Ribeira e pela soberba vista sobre o rio Douro e as Caves do Vinho do Porto em Gaia. Preside a todo este cenário o extraordinário Pelourinho que, embora seja do século XX, foi feito segundo desenhos existentes do séc. XVIII.

13h00 Almoço livre na Ribeira do Porto

Tarde – Visita ao Palácio da Bolsa. Em 1833, na sequência de um  incêndio que destruiu grande parte do claustro do convento de São Francisco, os negociantes portuenses são autorizados, por decreto, a realizarem neste local a praça comercial. Em 1841, D. Maria II concede à Associação Comercial Portuense a propriedade do convento. Um conjunto de arquitetos e artistas conceberam uma obra marcada pelo requinte e pelo espírito revivalista cujo melhor exemplo é o Salão Árabe que é também manifestação do poder económico da burguesia portuense.

A Igreja de S. Francisco conjuga a austeridade do gótico mendicante medieval com a exuberância do barroco nacional e o esplendor do barroco joanino. O contraste surge a cada momento como por exemplo entre a enorme imagem de S. Francisco em granito policromado do séc. XIII, algo rude, e o magnifico retábulo esculpido da Árvore de Jessé do séc. XVIII, em que o autor opta pela versão de S. Mateus sobre a genealogia de Jesus, mais próxima à ortodoxia, em detrimento da versão de S. Lucas. Ou ainda a pintura mural medieval da Senhora da Rosa e a pintura flamenga do batismo de Jesus envolta num altar barroco joanino. Mas o que impressiona é imagem de um espaço revestido a folha de ouro, material que se entendia ser o que melhor podia representar a luz divina.

A subida no Funicular é a oportunidade de ter uma outra perspetiva da cidade.

18h00 Check in no Hotel

Tempo livre. Aproveite a centralidade do hotel e passei pela Rua de Santa Catarina, visite o Café Majestic ou desça até à Avenida dos Aliados.

Café Majestic. Em 17 de Dezembro de 1921 pela autoria do Arquiteto João Queiroz, abriu um luxuoso café com o nome de Elite, situado na rua de Santa Catarina, o local mais central da cidade. Mais do que um café, o Majestic conta a história do Porto. O Porto dos anos vinte, das tertúlias políticas e do debate de ideias. O glamour e a elite cultural parisiense eram referências para a cultura portuguesa da altura, tendo influenciado a escolha do novo nome – Majestic – impregnado de charme “Belle Époque”.

Manhã – A arquitetura moderna do Porto é mais um motivo para visitar a cidade. Nomes como Siza Vieira e Souto Moura ou Fernando Távora e Alcino Soutinho surgem ao longo do século XX em representação da prestigiada “Escola do Porto”. Assim, um pouco por toda a cidade, é possível apreciar as suas obras mais emblemáticas e compreender o seu enquadramento. Algumas das obras que marcam a paisagem urbana do Porto contemporâneo são Casa da Música, Edifício Vodafone, Terminal de Cruzeiros, Casa de Chá da Boa Nova, Casa da Arquitetura, Fundação Serralves, Estação do Bolhão, Casa do Conto.

A visita à Casa de Chá da Boa Nova, é um reencontro com Siza Vieira e o início da sua carreira de arquiteto. É um espaço que casa as rochas e o mar e projeta quem está dentro num horizonte infindo. Está classificado como Monumento Nacional e integrado no Roteiro Internacional de Arquitetura.

O Terminal de Cruzeiros desde 2011 passou a ser mais um dos atrativos da cidade. É um projeto do Arquiteto Luís Pedro Silva, que coloca o Terminal a 700m da linha da costa num cais com 340m de comprimento. Mas o número mais impressionante refere-se aos azulejos ou peças de cerâmica, depende da abordagem, que revestem o interior e o exterior do edifício, 1milhão.

12h30 Almoço livre em restaurante local

Tarde – Visitar a Fundação Serralves é encontrar-se com uma das mais importantes referências culturais, não só do Porto, mas de Portugal. Criada em 1989 com o intuito de promover e divulgar a arte contemporânea, a Fundação gere desde então um espaço constituído pela Casa, o Parque, o Auditório, a Biblioteca e o Museu de Arte Contemporânea, obra de Siza Vieira. Esta visita compreende uma apresentação da Fundação e dos vários espaços e depois decorre de forma livre para que cada um possa apreciar o que lhe é oferecido contemplar.

Resto da tarde livre para atividades de carácter pessoal.

Opcional – 

16:00 – Visita à Casa da Música que em 2007 foi atribuído o prémio do Instituto Real dos Arquitetos Britânicos (RIBA), com o júri a classificar o edifício de “intrigante, inquietante e dinâmico”, segundo se pode ler no site desta instituição cultural. A mesma fonte  afirma que “a principal característica do projeto é a continuidade visual que se estabelece não só entre o interior e o exterior, mas também entre os próprios espaços de referência dentro do edifício. Uma relação de mistério, uma ambiguidade que provoca os sentidos, uma sensação de “caixa de surpresas” que acompanha o percurso do início ao fim. Do que era para ser uma moradia com cerca de 200 m2, Koolhaas fez um edifício de carácter cultural de quase 38000 m2.

18:00 – De acordo com o programa opcional, assistiremos a um concerto de musica classica.No final do concerto, transfer para o hotel.

Resto da noite livre para atividades de caracter pessoal.

Este programa opcional deve ser adquirida no momento da reserva.

Manhã – Visita aos Jardins do Palácio Cristal, instalados no centro do Porto e foram projetados pelo berlinense Emil David (1839-1873), no âmbito da construção do próprio edifício do Palácio de Cristal obejecto de uma polémica demolição. Atualmente conservam-se ainda do projeto original, o Jardim Emil David na entrada principal, as Avenidas das Tílias e dos Plátanos, o bosque e a conceção das varandas sobre o Douro. Na Avenida das Tílias, encontramos a Biblioteca Municipal Almeida Garrett, a Concha Acústica e a Capela de Carlos Alberto da Sardenha. 

Visita ao Museu Romântico que está instalado numa antiga casa de campo, construída por meados do século XVIII para habitação de recreio, que pertenceu a um abastado comerciante portuense, na designada Quinta do Sacramento ou da Macieirinha. Foi nesta casa que se instalou o exilado Rei da Sardenha e Príncipe do Piemonte, Carlos Alberto de Sabóia-Carignano, de quem era neta a Rainha Maria Pia, aqui passando os seus últimos dias e vindo a morrer a 28 de julho de 1849. Inaugurado em 1972, o Museu recria o ambiente exterior e interior de uma habitação burguesa do século XIX, equipado com mobiliário e objetos decorativos da época, bem como os aposentos que retratam a presença do rei Carlos Alberto.

A Livraria Lello remonta a 1881 quando os irmãos José e António Lello se estabelecem como livreiros no Porto. O atual edifício foi inaugurado em 1906 coma sua bela fachada Arte Nova e elementos neogóticos. No interior destaca-se a decoração em gesso pintado a imitar madeira, a escada de acesso ao piso superior e o grande vitral existente no teto, que ostenta o monograma e a divisa da livraria: Decus in Labore. É considerada hoje umas das mais belas livrarias do mundo e também famosas por ter servido de inspiração a escritores e artistas, entre os quais se conta a autora de Harry Potter, J. K. Rowling.

12h30 Almoço livre em restaurante local

Tarde – Cruzeiro das 6 pontes. O Douro é a razão de ser do Porto. Foi ele que trouxe desde sempre, até àquelas paragens, gentes e povos de diferentes partes do mundo. Há uma curiosa lenda, reveladora do carácter  do Douro, contada por António Pinto Ribeiro e publicada no jornal Público em Agosto de 2014: “Os três rios — o Douro, o Tejo e o Guadiana — puseram-se, em Espanha, a discutir qual deles chegaria primeiro ao mar, e tanto discutiram que combinaram fazer uma corrida no dia seguinte. O Guadiana e o Tejo levantaram-se muito cedo e puseram-se a caminho, descendo por aí abaixo. Calmo e sem conhecer grandes obstáculos, o Guadiana chegou ao mar dirigindo-se para Sul. O Tejo começou a correr, mas como quando chegou à fronteira viu que a corrida estava ganha pelo Guadiana, decidiu pôr-se a vaguear a partir daí e até Lisboa. Já o Douro deixou-se dormir até mais tarde. Quando acordou, alvoroçou-se e desatou a correr por muros, encostas e rochas na tentativa de ainda apanhar os parceiros. Frenético e rebelde, por causa disso chegou torto e espavorido ao mar.” 

 A Visita às Caves do Vinho do Porto é provavelmente a melhor forma de encerrar um programa intenso e belo à cidade Invicta e assim conferir a este momento um carácter celebrativo e simbólico.